Os saudosistas que vêem alguma perda da animação ocidental antiga em que a Disney preponderava em relação à atual, principalmente baseada na computação gráfica estão soltando rojões com A Princesa e o Sapo. Confesso que nunca deixei de apreciar os clássicos, e na casa dos meus pais está lá na sala o video-cassete ao lado da coleção de VHS da Disney que ainda não cansei de assistir (meu preferido é Aladdin, a fita já está até amassada no começo). Acredito que a Disney quis crescer junto com seus fãs, procurando inovar um pouco no estilo da animação 2D, e de como conduzir a história. Eu assisti a quase tudo que saiu (porque me nego a ver aquelas continuações sem sentido; o que vão narrar em Cinderella 3? o divórcio?). Há alguns fracassos terríveis, como Atlantis , e alguns acertos fantásticos, que no quesito animação tradicional mais "recente", está com A nova Onda do Imperador, que usa musicas animadas, desenho estilizado e humor nonsense (além da espetacular dublagem em português com Selton Mello e Marieta Severo) e Lilo e Stitch, em que a parte de cantoria se resume a Elvis, e o enredo e o estilo dos personagens (mais gordinhos, com outro padrão de beleza) são bem diferentes.
Sinceramente preferiria que a Disney continuasse fazendo coisas assim, experimentando, variando estilos e padrões. Mas realmente eu não arriscaria quando a última porcaria supostamente inovadora produzida pelo meu estúdio fosse Nem que a Vaca Tussa. E de fato, em relação à fórmula, não há inovações em A Princesa e o Sapo, por isso eu disse ser um prato cheio pros saudosistas. Com os traços tradicionais, as cançõezinhas se inserindo no meio da narrativa e os bichos como coadjuvantes carismáticos, a Disney aposta (e ganha, porque o filme até que está fazendo bastante sucesso) nas antigas fórmulas, com diretores experientes e um compositor vencedor do Oscar. Tanto o enredo quanto os personagens e seus rumos são previsíveis.
Além da tão falada diferença de a protagonista ser a primeira princesa negra, há alguns outros pontos importantes que fazem o filme ter um gostinho de novo. O primeiro é o ritmo de jazz marcando presença nas músicas e o segundo é a marcada presença do ideal do "Sonho Americano", de que com muito trabalho e esforço todos os seus sonhos podem ser realizados. Claro que esse é um tipo de ideia nada inocente quando estamos falando com ex-escravos que além de pobres sofrem preconceito e fingimos que é da falta de esforço e trabalho necessário que advém sua situação. Mas considerando a ideia aristocrática de desvalorizaçao do trabalho presente na maioria dos outros clássicos da Disney (afinal, com amor verdadeiro ou não, as princesas - e o Aladdin - só abandonam sua situação de pobre trabalhador sofredor pelo bom e velho caminho do golpe do baú), um ideal burguês pode até ser um avanço.
Resumindo, pra quem gostava dos clássicos da Disney, esse filme é uma boa pedida, com nostalgia sem ser o mesmo filme de novo. Agora se você não tem paciência pra cenas cantadas e pra previsibilidade ou lições de moral típicas desse gênero, melhor nem ver o DVD. Mas quem sabe não dá pra se animar com o ritmo e o humor de algumas cenas?
sábado, 9 de janeiro de 2010
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Um comentário:
OI Erika. Desculpa estar usando este espaço pra me comunicar com você, mas nõa achei outra forma de te mandar mensagem. Achei um forum de discussão sobre meu vídeo sobre homossexualidade, em que você dá a sua opinião. Justo, não vou discutir isso aqui. Mas MUITO me preocupou você ter me associado com um autor de vídeo que dizia que as mulheres não deveriam votar....eu NUNCA fiz NENHUM video sobre isso. NUNCA. Queria apenas deixar claro o mau entendido, e com certeza você está me confundindo com outra pessoa.
Abraçao
Pirulla
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