Eu sei que a notícia é meio velha, mas como faz parte do meu dia-a-dia, resolvi colocar aqui. As fontes são o Jornal de Londrina e o portal Paraná Online.
A colação de grau de 14 alunos do curso de Medicina da Universidade Estadual de Londrina (UEL) foi suspensa, após aprovação de uma moção de repúdio do Conselho Universitário (Coun). No último dia 20, depois de uma comemoração de final de curso, os estudantes resolveram prolongar a festa no Hospital Universitário (HU). Segundo a coordenadora, funcionários do PS disseram que os alunos entraram no local portando bebidas alcoólicas, alguns em estágio de embriaguez, fazendo “apitaço” e soltando fogos de artifício no pátio do hospital. “Os pacientes e funcionários ficaram assustados, alguns acharam que o prédio estava sendo invadido, além de o atendimento ficar prejudicado”, comenta. A conduta contraria o regimento interno da instituição. Em ofícios encaminhados à direção da UEL, o diretor superintendente do HU, Francisco Eugenio de Souza e o diretor-clínico, Marcos César de Camargo, pedem providências para a conduta incomum e reprovável dos estudantes. “Entre as medidas cabíveis neste caso estão a reprovação dos acadêmicos no estágio, uma vez que as notas não foram lançadas, com isso não houve a conclusão do oficial do curso. Desta forma, os estudantes serão obrigados a refazer todo o estágio. Eles também poderão receber uma reprimenda oral e em última instância serem expulsos do curso”, explica a coordenadora do curso de medicina. Sem a colação de grau, os 14 alunos ficam impedidos de se inscrever para a residência médica, tendo que esperar, no mínimo, mais um ano para isso. A única forma dos estudantes envolvidos na confusão colarem grau é com a obtenção de um mandado de segurança. André Ramos Sorgi Macedo, que se identificou como um dos estudantes que participaram da festa, negou as acusações feitas pela direção do HU. Segundo Macedo, cerca de 50 formandos participaram da comemoração e todos os funcionários e pacientes foram avisados com antecedência da realização da troca de plantão. “Este é um ritual tradicional quando os formandos passam o plantão para os alunos do quinto ano do curso. Algumas pessoas cantaram mais alto, porém, nós avisamos a todos e os pacientes ficaram isolados, alguns até participaram e riram da brincadeira. Não ficamos mais de 15 minutos no corredor do PS. Com isso, o atendimento não foi prejudicado como a direção afirma”, explica. De acordo com o acadêmico, nenhum dos formandos estava bêbado, no entanto, ele confirmou que foram levadas três garrafas de champanhe para dentro do PS. “Talvez o único excesso foi levar as garrafas para dentro do hospital e uma que estourou e sujou o chão. No entanto, ninguém estava embriagado”, afirma. Macedo também nega que os formandos tentaram quebrar equipamentos e acusou o diretor clínico do hospital, doutor Marcos César de Camargo, de chamá-los de marginais. “Nós nem encostamos as mãos nos equipamentos, pois ficamos apenas no corredor. O diretor clínico do hospital, que estava de plantão no dia, foi quem chegou nos chamando de marginais e que teríamos 10 minutos para deixar o PS. Porém, na nossa turma não há nenhum marginal”, ressalta.
É, tem muita gente discutindo a educação médica por aí, mas o que me parece que está faltando bastante é a educação em casa mesmo. É inaceitável que um bando de idiotas que não é capaz de respeitar um ambiente hospitalar estejam lá, fazendo o juramento de hipócrates e de CRM nas mãos, cuidando dos outros.
Agora chamar de "tradição" um monte de gente comemorando de forma barulhenta num lugar em que as pessoas estão sofrendo, com dor, doentes, pra mim é muita cara de pau. Pra mim são sim, um bando de marginais.
E não acho que seja só lá no Paraná não, dá pra ver algum tipo de falta de respeito com os pacientes todo dia na minha faculdade também. Não me surpreenderia se a notícia fosse de lá, nem se o idiota tentando justificar o injustificável como tradição, brincadeira inofensiva e todo o blábláblá de sempre fosse da minha sala. Afinal, eu já ouvi cada uma...
quarta-feira, 17 de dezembro de 2008
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4 comentários:
Se, por um lado, temos o diretor falando um monte, por outro, temos um representante dos alunos tentando deixar a situação menos ruim.
Pra mim, estando bêbados ou não, não faz a menor diferença. Não acho que um hospital seja um local apropriado pra fazer baderna. E não gostaria de ser operada por um residente que não respeita os pacientes.
Bianca independente da versão dos dois lados há o vídeo que muito comprometedor para o lado dos alunos.
Se eu já tinha desconfiança da ética médica antes, não posso dizer que agora me sinto mais confortável com eles.
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Espero que Sofram uma punição exemplar.
Viu só, dessa vez eu concordo com você! =)
Não sei se era com você que eu estava conversando sobre o assunto outro dia, mas existe uma coisa chamada "inteligência de massa".
Na verdade deveria se chamar burrice de massa.
Quando as pessoas se juntam, geralmente, viram uma massa burra.
E poucas pessoas conseguem resistir a isso... mas, lógico, não é desculpa nem justificativa para nada.
E, realmente, a tentativa de justificativa dos estudantes foi no mínimo cretina. Espero que essas pessoas nunca se tornem médicos.
No curso de Direito do Mackenzie também tem essa tradição do apitaço.
Eu particularmente não gosto. Principalmente porque existe uma minoria que não sabe brincar. Entram na sala jogam espuma na cara dos outros alunos e que caem muitas vezes em cadernos e livros.
E não existe a opção de não querer participar da brincadeira. Além disso, o cara acha que já está formado e xinga professores. E no último (que praticamente extinguiu o apitaço), um aluno quebrou a janela de vidro (ou de acrílico) que tem nas portas das salas.
Neste ultimo semestre a diretoria resolveu interferir e proibiu que o apitaço aconteça dentro do predio e também não pode ter espuma.
Muitos alunos ficaram indignados, acharam um absurdo acabar com a tradição. Mas sinceramente, não vejo outra forma de conter a baderna sem ser com uma sanção dessas. E é o que você falou: falta educação de casa.
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