quarta-feira, 30 de julho de 2008

Terror para crianças



Hoje eu assisti ao filme "Sweeney Todd: O Barbeiro Demoníaco da Rua Fleet". O subtítulo, apesar de digno daqueles feitos pra brasileiros burros terem vontade de ver filmes cujo títulos não lhes dizem nada, é uma tradução do original.
Não assisti ao filme antigo, já tinha ouvido falar por alto da história, mas não sabia do que se tratava. Só que era um filme do Tim Burton com o Johnny Depp (que surpresa!), e que era um musical.
O filme é legal, mas o duro é que a partir disso que eu disse, e só disso, fica bastante previsível. O clima é bem gótico e pitoresco, no maior estilo do diretor e a atuação de Johnny Depp, como sempre impecável, nos proporciona nada muito além de um Edward Mãos de Tesoura psicopata.
Tinha lido, na época que o filme estava no cinema, que quando a cantoria começava era uma sessão de tortura, porque os atores cantavam muito mal. Não tenho um ouvido musical muito apurado, mas não achei ruim. De fato, até pra minha orelha destreinada, é visível (quer dizer, audível) que a grande maioria dos atores não passaria na audição d'O Fantasma da Ópera, mas passariam pra final do Astros tranqüilamente. =)
Não tenho também experiência com musicais, exceto os desenhos da Disney. Lembro de ter visto só O Fantasma da Ópera, Moulin Rouge e Dançando no Escuro. Comparativamente, Sweeney Todd perde de todos; d'O Fantasma da Ópera pela técnica e pelo brilhantismo de um musical de Andrew Lloyd Webber, de Moulin Rouge pela ousadia de usar músicas atuais e de Dançando no Escuro por infinitas razões (é um dos meus filmes preferidos, então prefiro não comentar). As músicas são um pouco repetitivas, não vi muita diferença de uma pra outra.
A Isabela Boscov (crítica de cinema da veja) disse que a parte cantada era dispensável e tudo poderia ser falado. Não acho; o fato de todo mundo praticamente só cantar o tempo todo ajudou a dar um clima meio surreal que se sustenta no filme, não só pelas brilhantes fotografia, figurino e atuações, mas pela própria história e seus rumos.

Só o que me chateou foi a repetição; pra mim, todos os personagens já haviam aparecido em outras histórias, e pior, interpretados pelos mesmos atores. Aliás, o Richard Harris só não fez o filme porque morreu, já que o elenco todo do Harry Potter estava lá: a Helena Bonham Carter, que eu adoro desde Clube da Luta, não só fazendo o mesmo papel que a cara de louca dela favorece, mas aposto que estava usando até o mesmo figurino da Belatrix Lestrange; o Alan Rickman, que me deu muita vontade de rir quando disse aquele "Mr. Todd!" com exatamente o mesmo tom em que disse "Mr. Potter!" na primeira aula de Poções; sem falar no Timothy Spall, fazendo pela enésima vez o papel de capanga do mal e burro.
A história é todinha bem previsível e o final não tem nada de fantástico.
Mas, apesar disso tudo, eu não odiei o filme; na verdade, achei até bem legal. Provavelmente vou favoritar no imdb e dar nota 6 ou 7. Se você não tiver preconceito com musicais, talvez goste; se for fã da dupla Tim Burton/Johnny Depp, vai ter orgasmos. De qualquer forma, acho que vale a pena assistir (é só me trazer um CD virgem, está em dvdrip legendado em português, 700Mb).

Mas a impressão que o filme me deu, no final das contas, não sei se por ser um musical ou se pelo tom de conto de fadas que perpetua, é que é um filme de terror pra crianças. Imagino que se eu tivesse visto esse filme há uns 10 anos, com certeza teria sido um dos meus preferidos, pois não teria percebido nenhum de seus defeitos e teria sido muito superior à maioria dos filmes de criança que eu já tinha visto. Fora que eu sempre gostei de uma carnificina e de um final trágico quando era mais novinha.
É que acho que, também, assistir a um filme sobre vingança que tenta te chocar de alguma forma depois de ter assistido a Oldboy, faz com que até o Conde de Monte Cristo pareça um conto de fadas um pouquinho menos censurado.
Só imagino que talvez a minha mãe achasse o filme meio horrível pra mim na época, e eu não teria assistido de qualquer jeito. Apesar de que pensando bem, hoje em dia não sei se as crianças gostariam de Sweeney Todd. Afinal, Os Simpsons já está passando na TV Globinho, então imagino que as crianças acabariam achando o filme uma grande piada, e iriam ver o próximo Jogos Mortais com os coleguinhas depois.
De qualquer forma, vou assistir de novo com os meus filhos e testar a hipótese. =D

4 comentários:

Unknown disse...

Hello Senhorita ^_^

Quando eu saí desse filme eu saí com o mesmo semblante de quando eu fui assistir A Vila, eu fiquei muito decepcionado, mas em ambos eu criei muita espectativa e ambos me frustaram.

Mas eu pensei tão bem depois que eu até fiz uma cópia para mim tb, o filme não é ruim não, o que me chocou negativamente é aquele sangue feito de uma animação muito mal feita, tava mais para vela derretida do que para sangue =)

^_^ v

Anônimo disse...

Também não sou o maior entusiasta dos musicais, mas Sweeney Todd sem a "cantoria" não seria Sweeney Todd. O filme não é uma adaptação de um filme antigo, mas sim de um musical, assinado por Stephen Sondheim, um dos bam-bam-bans da Broadway e a ironia macabra da peça do Sondheim combinou muito bem com o estilo de Burton. Gostei do seu blog, parabéns!

Unknown disse...

Francamente, você conseguiu estragar a história toda de Sweeney Todd.
O filme é uma adaptação de um musical da Broadway que é adaptado de um livro.
Espero que antes de você postar mais coisas idiotas e falsas sobre otimos filmes, livros, peças etc, você saiba pelo menos que está falando merda.

Fernanda disse...

Acho que o Castro tem toda a razão... vc pelo menos devia saber que esse filme~; é um filme que as pessoas adoraram... foi um sucesso.. particulamente vc não sabe o que diz.. Castro adorei suas palavras vc esta de parabéns.. Esse aí tem que se enternar.. demente